Atores contaram histórias do localFoto: Paulo Lopes A 3ª edição da trilha Lendas do Recife reuniu dezenas de pessoas nos bairros de Casa Forte e do Poço da Panela, na última sexta-feira (12). Todos queriam conhecer as histórias assombradas dos dois bairros, que há séculos permeiam o imaginário dos moradores. As lendas foram narradas pelos estagiários da Secretaria de Turismo da Prefeitura do Recife, que contaram com o apoio de atores com figurinos de época. Além de feixes de luzes artificiais, a lua cheia e o céu nublado contribuíram para tornar o cenário assustador.
“Como este é um projeto piloto, procuramos aperfeiçoá-lo a cada edição. Nesta trilha, por exemplo, o público conta com a participação de atores durante todo o percurso”, explicou o secretário de Turismo do Recife em exercício, Carlos Braga. Ele informou que a ação faz parte do Programa de Sensibilização Turística do Recife, a partir do resgate do patrimônio imaterial e da tradição. “Este é um evento voltado principalmente para os próprios recifenses, que precisam conhecer a sua história”.
Inspirada nos livros Assombrações do Recife Velho, de Gilberto Freyre, O Recife Assombrado, de Roberto Beltrão, e Folk-Lore, de Pereira da Costa, a trilha Lendas do Recife começou na Praça de Casa Forte, onde ocorreu a Batalha de Casa Forte, e terminou na Igreja de Nossa Senhora da Saúde, no Poço da Panela. Durante a caminhada, que passou pelas ruas Real do Poço, Antônio Vitrúvio e Visconde de Araguaya, o público contou com a “companhia espiritual” de Ana Paes, dona do antigo Engenho Casa Forte e que, mesmo depois de morta, ainda acha que é dona das terras, segundo a lenda.
Ana Paes, interpretada por uma das estagiárias da Secretaria de Turismo, iniciou a trilha contando como aconteceu a sangrenta Batalha de Casa Forte. Atores vestidos de soldados holandeses encenaram uma verdadeira guerra em frente à atual Igreja de Casa Forte, onde antigamente funcionava a sede do engenho. Em seguida, todos partiram em caminhada pelas ruas do bairro, conhecendo outros personagens como Branca Dias, o Papa-Figo e o General Holandês.
O advogado Noberto Lopes, 37 anos, participou do evento pela segunda vez. “Fiz a trilha no Recife Antigo e achei bastante interessante. Quero parabenizar a Prefeitura do Recife pela iniciativa”, disse o advogado, que desta vez levou os seus dois filhos, Sofia, 6 anos, e Pedro, 8, para conhecer as histórias assombradas da sua cidade. Durante o percurso, também foram narradas as lendas das Luzinhas Misteriosas no Morro do Arraial, Casas Assombradas/Botijas, O Cabeleira, O Barão perseguido pelo Diabo, Lua Cheia e Lobisomem, Assombrações do Rio Capibaribe, Beato do Poço, Sítio do Môco e Estátua que anda.
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