Professores analisam as desigualdades
Foto: Narciso Lins

Respeitar as diferenças no ambiente escolar e combater qualquer tipo de discriminação em sala de aula. É com esse objetivo que o Ministério da Educação está promovendo, nesta sexta-feira (14), na UFPE, no Recife, e neste sábado (15), na Gerência de Regional de Educação de Caruaru, o curso “Formação em gênero e diversidade na rede pública de ensino médio e fundamental”. A capacitação é realizada com apoio das secretarias municipal e estadual de Educação e tem como público alvo 180 professores e dirigentes de escolas da região metropolitana e interior do estado. A meta é preparar os educadores para o desafio de fazer uma leitura crítica das praticas e desigualdades sociais e sexuais.

A programação desta sexta-feira, que foi aberta pela diretora de Ensino da Secretaria de Educação, Esporte e Lazer, Ester Rosa, aconteceu no Centro de Filosofia, no campus universitário. Divididos em duas turmas de 65 integrantes, uma do estado e outro da Prefeitura, os educadores participaram de discussões sobre o tema “Educação: reproduzindo ou reduzindo desigualdades e diferenças? Educação, direitos, cidadania e cultura. Como material didático eles utilizaram o livro “Respeitando as diferenças no espaço escolar”, que foi produzido em 2007 pela ONG Gestos, com apoio da Coordenadoria da Mulher da Prefeitura do Recife.

Coordenador do curso, que terá módulos mensais até setembro deste ano, o professor de Antropologia da UFPE, Parry Scoot, lembra que um dos papéis da escola pública é formar gerações cada vez mais comprometidas com a justiça social. “Este curso é muito importante, porque questões relacionadas com gênero, diversidade e direitos humanos muitas vezes não têm bons espaços para serem discutidos no âmbito escolar. Na formação dos professores, o problema se repete e muitos profissionais não se acham preparados para tratar do assunto em sala de aula”, explicou, lembrando que os educadores que participam do curso também têm muito a contribuir, através do relato das experiências adquiridas em suas escolas.

A professora da Escola Municipal Mauro Mota (Nova Descoberta) Rubervalda Silva de Souza, aprovou a temática do curso. “É interessante, porque amplia o universo de conhecimento do educador. Já em relação à questão didática, o curso nos remete para novas perspectivas no sentido de contribuir com a prática em sala de aula, beneficiando o estudante”, ressaltou. Além do professor Parry Scott, que também responde pelo grupo de estudo Família, Gênero e Sexualidade (FAGES), ligado à UFPE, o curso é coordenado pelas professoras Liana Lewis e Marion Quadros.