Foto: Alexandro Auler Um show de encerramento digno de um primeiro dia de Carnaval. Está sendo assim a apresentação da cantora paraibana Elba Ramalho, na madrugada desse sábado para domingo no Pólo Multicultural, do Marco Zero. Fita colorida na cabeça, ornamentada por uma grande rosa vermelha, vestido de retalhos e sapato alto de tirinhas brancas, a “rainha do Nordeste” eletrizou a multidão com gritos de “Viva Recife” e um repertório recheado de frevos, principalmente de autores pernambucanos já consagrados, como J.Michiles, Alceu Valença e Carlos Fernando.
A surpresa, e grande momento do show, foi a homenagem que Elba fez a Chico Science, figura que cada vez mais assume ares de mito. Quando a paraibana soltou a voz nos versos “Eu vim com a Nação Zumbi / Ao seu ouvido falar / Quero ver a poeira subir / E muita fumaça no ar”, da música “Mateus Enter”, o Marco Zero inteiro entrou em transe. Em seguida, vieram “Um Passeio no Mundo Livre”, “A Praieira” e “Malungo”, esta já da fase solo da Nação Zumbi.
Mãos para cima, sapatos jogados ao léu, mulheres de todas as idades cores e amores, incorporam o vírus do passo latente em seus corações, enquanto marmanjos, um pouco mais contidos, engrossam o coro e cantam com Elba músicas como “Banho de Cheiro”, “Patriamada” e “Quero Mais”. “É muito bom voltar ao Recife, que sempre faz um Carnaval maravilhoso. Eu praticamente me criei aqui, pois sou do Estado vizinho, além disso, João, meu pai, é pernambucano”, ressaltou Elba, pouco antes de dominar o palco. Durante o show, ela aproveitou para elogiar os integrantes da Orquestra Spok Frevo do Recife, que a acompanhava, pela “juventude, competência e raça”.
A adolescente Fabíola, de 15 anos, manchava a frágil maquiagem de tanto pular. “Esse Carnaval está maravilhoso. Eu ia para Porto (de Galinhas), mas desisti assim que vi a programação no jornal, no domingo estarei no Pólo Mangue”, disse, sob olhar vigilante e desconfiado do pai e complacente da mãe, fantasiada de Mulher Gata.
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