Foto: Bernardo Soares Mais uma vez, a multidão que esperava ansiosa a Noite dos Tambores Silenciosos, no Pátio do Terço, saiu extasiada diante do espetáculo dos maracatus de baque virado e da cerimônia em homenagem aos eguns (mortos). A cerimônia aconteceu, pontualmente, à meia-noite desta segunda-feira, comandada pelo babalorixá Raminho de Oxossi.
Quatro horas antes do ritual, o público já lotava o Pátio do Terço. Na passarela que dá acesso ao palco, passaram 24 nações de maracatu de baque virado. Reis, rainhas e batuqueiros esquentaram a noite enquanto a cerimônia não começava. “Um verdadeiro espetáculo para os nossos olhos”, disse a turista paraibana Arlete Cunha. À meia-noite em ponto, as luzes se apagaram para o início do ritual, que não demorou mais que 10 minutos. No final, os tambores voltaram a ecoar pelo Pátio.
A escolha do Pátio do Terço – onde hoje funciona o Pólo Afro - como local da cerimônia, não é aleatória. No local, no tempo da colonização holandesa, os negros eram colocados à venda ou enterrados após a sua morte. Além disso, o Pátio é morada de importantes figuras do candomblé recifense, as chamadas “tias do Terço”. Para garantir que as futuras gerações não abandonem esta tradição, no fim da tarde, é realizada a apresentação dos Tambores Silenciosos Mirim, com maracatus de nove nações, formados apenas por crianças.
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