Para o mestre Capiba, “carnaval sem frevo de bloco não era carnaval”. Pela vibração do povo durante os desfiles desta terça-feira (28), na Avenida Guararapes (Pólo de Todos os Frevos), ele estava coberto de razão. Só durante a tarde, passaram pelo corredor do frevo - formado pelas Ruas do Sol, Praça da Independência e avenidas Guararapes e Dantas Barreto (trecho) - nove agremiações carnavalescas.
O público brincou com os periquitos do Zumbi, Orquestra do Maestro Rodrigues e Bonecos Lobatinho e ainda com o Clube de Bonecos Seu Malaquias desde a Rua do Sol até à Avenida Guararapes. Fundado em 1954, em Carpina, no interior do estado e transferido para o Recife na década de 70, Seu Malaquias conquistou o público com o tema “Carnaval para todos”.
Com uma orquestra afinadíssima, quem também arrancou aplausos já na concentração, na Rua do Sol, foi o Reisado Imperial, da Bomba do Hemetério (1951), que homenageou o São João e os sanfoneiros. Logo depois, foi a vez do Cheguei Agora, de Olinda, fazer tributo à Carmem Miranda, com colorida e animada ala de “pequenas notáveis” e um frevo de levantar a poeira.
“Isso é que é carnaval, com muito frevo, Vassourinhas e passistas de primeira linha”, vibrava a professora Carmem Helena Alves, de 54 anos, que veio de João Pessoa (PB) para rever a folia de sua terra natal. O pequeno Lucas, de cinco meses, parecia vibrar com o povo, enquanto era levado pela tia no seu carrinho, entre as alas dos clubes e blocos. “Tem que aprender a amar o frevo desde pequeno”, ressaltou a tia, Milena, de 23 anos, sem se preocupar com o sol ainda forte de final de tarde.
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